terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

AO PÉ DA LARANJEIRA














Que lindas as laranjas! Sua cor
É o seu próprio nome entre o verde
Das folhas persistentes. Qualquer sede
Em doces gomos morre de sabor.

Que lindas as laranjas! Que fulgor
De sol na sua face! Quem escreve
Aqui no duro tronco um nome breve
Que permanece enquanto o tempo for?

E que memórias vão neste lugar
Levadas no correr da mesma água
Chegando até ao fundo da raiz!

Também meu nome inteiro irei gravar
Com fio de aço que não mais se apaga
No pé da laranjeira: na matriz.

Abel da Cunha

Sem comentários: