Fernão de Magalhães Gonçalves
Jou/Murça 1943
Seul/Coreia do Sul 1988
Ao Fernão de Magalhães Gonçalves
Não te pude seguir nos
traços do destino
Porque dobraste a esquina
noutra direção;Como cigano errante andaste peregrino
Por terras onde havia amor e perdição.
Calaram-se em Granada os
cravos e as rosas.
Só romanceia o vento,
suspirando a erva.
Foste a Seul e ainda não
voltaste. AgoraUm pássaro de pedra dura à tua espera.
Levanto este padrão - memória
imperfeita -
Na foz do grande rio onde
Caronte espreita
Levando ao esquecimento anónimos
mortais.
Quiseste ser poeta. E eu vejo-te
tão alto
Que mesmo dessa altura me
pareces pertoEm páginas abertas que não fecho mais.
Abel da Cunha
1 comentário:
Aprecio sumamente este soneto alexandrino, no qual a diáspora lusa se encontra subjacente e personalizado magistralmente pelos elos da amizade. Parabéns, Abel, pelo desempenho manifesto. Um abraço do irmão amigo Frassino Machado
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