sábado, 1 de setembro de 2012

NISE







Rene Magritte
La grande famille




                        À Maria Inês

Caem as folhas como as aves caem
Nas rimas do bom mestre Sá Miranda;
Cai o silêncio para que outros falem
Nas pedras regeladas da varanda.

O sol da tarde cai no azul dos olhos
Gastos de olhar o verde da montanha;
Nasce outro sol maior com mais abrolhos
Por onde o mundo escuro flores tenha.

Ah, que mover tão meigo tem a vida
Nas frágeis asas agitando o ninho
Até voar a carne endurecida!

Não há fingidas sombras no carinho
Nem no balbuciar da voz flectida
Nem no requebro virgem do caminho.

Abel da Cunha
Setembro 1, 2012



MARCAR O TEMPO

Vieste marcar o tempo
com estrias da alegria.

Nascendo
vieste pedir que a vida

a ti chame Inês.

José Alberto de Oliveira
Setembro 1, 2012

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